Sobrecarga de Informação

 

Não foi à toa que o termo “sobrecarga de informação” foi criado recentemente. Se o volume de informação servir de indicador do conhecimento disponível, então, na nossa geração, o conhecimento aumentou de forma quase inimaginável! Estes são apenas alguns fatos impressionantes:
  • Calcula-se que o volume total de informações digitais recentemente geradas dê um salto positivo de 60%, passando para 8 exabytes [em 2005] dos 5 exabytes em 2003, segundo os números e extrapolações realizadas pela Universidade da Califórnia, em Berkeley. Em outras palavras, [em um ano] o mundo gerará 57 mil vezes o total de informações contidas na Biblioteca do Congresso [norte-americano].  
  • Um exabyte é 1.000.000.000.000.000.000 de bytes ou 1 quintilhão. Calcula-se que todas as palavras faladas na História somem 5 exabytes. As informações em mídia magnética (tais como as em formatos digitais comerciais) respondem por mais de 90% desse total impressionante. Esses estudiosos de Berkeley estimam que o volume de informações no mundo aumente 30% anualmente.

  • As informações online dobram em volume a cada 6 meses
  • As informações geradas pelas empresas dobram a cada 18 meses
  • As informações da comunidade científica dobram a cada 5 anos
  • As informações de caráter biológico dobram a cada 5 anos
  • As informações úteis relacionadas à genética dobram a cada período de 18 a 24 meses
  • O total do conhecimento humano dobra a cada período de 2 a 3 anos (a expectativa é que em breve este índice seja anual)
  • O conhecimento impresso dobra a cada 8 anos
  • O conhecimento técnico dobra a cada 3 anos
  • O conhecimento médico dobra a cada 7 anos
  • A cada ano, são impressos cerca de 1 milhão de livros (títulos, não exemplares), 25.276 jornais são publicados (títulos individuais), 40 mil periódicos acadêmicos, 80 mil periódico comerciais, 40 mil informativos.
  • As estimativas baseadas na pesquisa realizada pela Netcraft Web em janeiro de 2008 indicam haver mais de 155,5 milhões de páginas na internet, um aumento superior a 33 milhões em seis meses.
 
Em 1995, ao comentar os recentes avanços que a tecnologia da informação fizera até então, Peter Cochrane, da Divisão de Aplicação Avançada dos Laboratórios de Telecomunicação da Inglaterra, declarou: “Existem agora relógios de pulso com mais capacidade de computação do que alguns mainframes (computadores de grande porte) dos anos 70. Hoje em dia, carros comuns têm mais ‘inteligência’ do que a primeira espaçonave que pousou na Lua [O módulo lunar Apollo].” Na década subsequente a essa declaração, a Ciências da Computação e as disciplinas a ela relacionadas avançaram exponencialmente.
 
De todas as informações na nossa sociedade global, 70% foram criadas desde o início da Internet e, atualmente, seu volume duplica a cada três anos. Isso significa que teremos 16 vezes mais informações em 2015 do que havia em 2003.
 
 
Entretanto, mesmo com todos os progressos científicos e tecnológicos, será que nos sentimos mais realizados ou mais felizes do que os nossos antepassados? O nosso conhecimento aumentou radicalmente, mas grande parte do nosso gênio científico foi desperdiçada no desenvolvimento de munições e armamentos para destruição em massa. Dá-se prioridade a produtos de alta tecnologia e supérfluos enquanto muitos seres humanos passam fome e vivem na miséria.
A revista Time acertou na mosca com a sua história de capa em 1995: “The Evolution of Despair” (A evolução do desespero)":
 
Aparelhos de vídeo-cassete e fornos microondas têm suas virtudes, mas no decorrer da nossa vida altamente eficiente, existem ocasiões quando parece que algo está imensamente errado. […] Qualquer que seja a razão do estresse, ficamos às vezes com a sensação de que não fomos criados para a vida moderna.
Os casos de depressão dobram em alguns países industrializados a cada 10 anos, aproximadamente. 15% dos americanos já tiveram algum tipo de distúrbio emocional patológico.
 
Essa análise é ainda mais válida nos dias de hoje e as estatísticas ainda mais tenebrosas. Em 2002, quase 25 milhões de americanos consumiram antidepressivos por recomendação médica. Em 2003, os médicos americanos fizeram 213 milhões de prescrições de antidepressivos, o que gerou 13 bilhões de dólares em vendas. Eli Lilly afirma que sua droga inovadora, Prozac, a primeira em uma nova classe de antidepressivos, foi consumida por mais de 35 milhões de pessoas desde seu lançamento no mercado americano em 1988. Nos Estados Unidos, o número de suicídios nos últimos 20 anos superou o de mortes causadas pela AIDS.
 
 
A depressão é atualmente a quarta principal causa de enfermidades e a maior responsável por incapacidade em todo o mundo. Ela prejudica seriamente a qualidade de vida de indivíduos e seus familiares, além de piorar o quadro de outros problemas orgânicos de saúde. O problema é também o principal fator de riscos para casos de suicídio, [que ceifa um milhão de vidas por ano, além das 10 a 20 milhões de tentativas de suicídio anuais] e está entre as principais causas de mortes entre jovens de 15 a 35 anos.
De que serve uma cabeça cheia de conhecimento se o coração está vazio e não se tem paz de espírito nem um propósito na vida?
 
O “Índice Planeta Feliz”, publicado pela New Economics Foundation, coloca a ilha de Vanuatu, no Pacífico, como a nação mais feliz do planeta, enquanto as que apresentam os mais elevados níveis de prosperidade e abundância ficaram na rabeira da lista. O Reino Unido e os Estados Unidos ocupam, respectivamente, as posições 108 e 150 do ranking.
 
Livro Futuro Predito
Paula Jordem